Na época do anúncio, Taylor pareceu otimista com a mudança e chegou a fazer um agradecimento especial a Scott pela parceria duradoura. A notícia não repercutiu muito além disso, até junho de 2019, quando começaram a circular rumores acerca da venda do catálogo da Big Machine, o que incluiria os seis discos que a Taylor gravou durante seu contrato com ela.
O mais curioso, era que o comprador do
catálogo foi Scooter Braun, empresário musical muito conhecido e que agenciava
Kanye West, com quem Swift já teve alguns embates públicos. A notícia foi se
espalhando ao longo do dia, com Braun inclusive compartilhando posts dizendo
que havia "comprado Taylor Swift", até que finalmente tivemos um
pronunciamento da própria.
Aqui
vale lembrar que nós não temos acesso aos documentos legais que circundam o
caso, mas somente às informações que as partes envolvidas resolvem compartilhar.
Dito isso, segundo a cantora, em seu contrato original com a Big
Machine, a gravadora detinha direitos sob o seu catálogo.
Comumente
vemos a reprodução do argumento de que Taylor estava ciente desses termos e não
deveria tê-los aceitado. Aqui é importante lembrar que frequentemente em
relações jurídicas-contratuais, uma das partes se encontra em posição de
vantagem sob a outra.
Isso
acontece em relações de consumo, em contratos de seguro, e certamente podemos
dizer que isso acontece com aspirantes a artistas, frente a grandes
empresários. Resumidamente, um artista sem contrato não tem muito poder de
convencimento ou espaço para negociar com um magnata da indústria musical, em
regra os termos são aceitos da forma como foram propostos, ou não.
Mas
sim, Taylor sabia que seu catálogo pertencia em parte à antiga gravadora, então
porque a demora para se pronunciar sobre isso? Segundo ela, quando escolheu
assinar com o Universal Music Group (UMG), ao invés de renovar com
a antiga gravadora, tentou adquirir os direitos do seu catálogo.
Ou
seja, Taylor ofereceu comprar suas músicas pelo valor oferecido, o mesmo que
foi concedido a Scooter Braun. Mas, no seu caso, o negócio não foi fechado.
Scott Borchetta não aceitou vender os direitos dessa forma, propondo em
contrapartida que Swift renovasse com sua gravadora e
"reconquistasse" cada um de seus discos a partir da gravação de um
novo. Desse modo, para cada álbum novo que lançasse naquela gravadora, Taylor
adquiriria um de seus antigos, precisando gravar mais seis discos para
recuperar todo o seu catálogo.
A
cantora disse que não aceitou esses termos, porque sabia que assim que
assinasse o contrato, Scott venderia a gravadora e, consequentemente, seu
futuro trabalho, a outra pessoa, sem que ela tivesse controle.
Sendo assim, resolveu seguir com seu novo contrato com o UMG. O que ela não esperava, é que Borchetta fosse vender seu catálogo justamente para Scooter Braun, com quem ela não mantinha boa relação. A declaração de Taylor repercutiu bastante na internet, com a cantora se sentindo de certa forma traída ao ver sua arte entregue a um desafeto.
Don’t know what else to do pic.twitter.com/1uBrXwviTS
— Taylor Swift (@taylorswift13) November 14, 2019
Taylor havia sido anunciada para ser homenageada pelo American Music Awards como artista da década e, com isso, preparou uma performance com alguns de seus maiores sucessos. Ela então veio a público compartilhar que Scooter Braun e Scott Borchetta estavam a impedindo de cantar suas músicas antigas, alegando que isso seria uma forma de regravá-las antes do prazo permitido (que seria a partir de 2020).
Ela ainda revelou, na época, que também estavam embargando o uso do seu catálogo no documentário que estava sendo produzido sobre sua carreira para a Netflix. Segundo Taylor, os empresários diziam que só a deixariam utilizar suas músicas se ela concordasse em abrir mão de regravá-las e parasse de falar deles publicamente. Ela não aceitou esses termos e trouxe a questão a público.
Após o desabafo, começaram a surgir notícias de que Swift estaria liberada para cantar seus sucessos e os empresários chegaram a tentar desmenti-la. No final das contas, Taylor conseguiu liberação para a apresentação na premiação e para o uso da sua obra no documentário, que foi lançado em janeiro de 2020.
Desde então, tivemos novidades importantes no caso. Em novembro do ano passado, começaram a circular notícias de que o catálogo da Big Machine Records teria sido vendido novamente. Esperançosos, os fãs começaram a especular se Taylor seria a compradora. Infelizmente, a cantora se manifestou novamente, para explicar que não:
Been getting a lot of questions about the recent sale of my old masters. I hope this clears things up. pic.twitter.com/sscKXp2ibD
— Taylor Swift (@taylorswift13) November 16, 2020
Swift revelou que no ano que passou, continuou tentando negociar a aquisição do seu catálogo. No entanto, a condição inicial para que ela sequer pudesse avaliar as finanças da operação, era assinar um termo de confidencialidade, por meio do qual se comprometeria a nunca mais citar o nome de Scooter Braun, a não ser que fosse de forma positiva.
Novamente, a cantora não aceitou esse silenciamento, que viria antes mesmo de qualquer análise da viabilidade da venda. Ela revelou ainda que a companhia que adquiriu seu catálogo, Shamrock Holdings, entrou em contato com ela para uma possível parceria, informando que gostariam de tê-la informado antes da venda, mas foram impedidos por Braun.
Taylor disse que ficou animada com o prospecto de uma parceria com eles, mas descartou essa possibilidade ao descobrir que nos termos da venda, Scooter ainda receberá parte dos lucros resultantes do seu catálogo por muitos anos.
Foi também nessa ocasião que Swift bateu o martelo para dizer que já tinha iniciado a regravação dos seus seis primeiros discos e estava animada para lançá-los. Avançando alguns meses, cá estamos, a uma semana do lançamento do Fearless (Taylor's Version).
Não se sabe ao certo porque o segundo álbum da cantora foi escolhido como primeiro a ser regravado, mas talvez tenha algo a ver com o sucesso "Love Story" fazer parte dele. A faixa inclusive já foi relançada, bem como a primeira canção inédita. "You All Over Me (From The Vault)", é uma das seis músicas que Taylor incluiu nessa versão, que haviam sido descartadas durante o processo criativo do disco original. Embora já circulassem online versões vazadas da versão original, a regravação veio ainda mais especial, com participação da cantora Maren Morris.
Hoje (02/04), Taylor postou um vídeo enigmático em suas redes sociais, fazendo alusão justamente às músicas "From The Vault".
The vault door is about to be as unhinged as you’ll think I am after you watch this video.
— Taylor Swift (@taylorswift13) April 2, 2021
Level: Expert
Happy decoding! pic.twitter.com/xBXBXGVcdb
A mensagem foi rapidamente decifrada pelos fãs da cantora, que descobriram o nome das faixas e que uma delas contará com a participação do cantor country Keith Urban:
🔓 | The song names of the #FromTheVault Bonus Tracks after decoding Taylor’s video #FearlessTaylorsVersion
— Taylor Swift News 💛 (@TSwiftNZ) April 2, 2021
➖ You All Over Me (ft. @MarenMorris)
➖ That's When
➖ Don't You
➖ Mr. Perfectly Fine
➖ Bye Bye Baby
➖ We Were Happy
— One track also features @KeithUrban! pic.twitter.com/xHvJm4fL74
Agora só precisamos esperar mais uma semana para redescobrir esse álbum que foi tão aclamado no seu lançamento original, rendendo à Swift seu primeiro GRAMMY de álbum do ano!
Continuem nos acompanhando (aqui e nas redes sociais) para ficar por dentro dos relançamentos da Taylor e de tudo mais do mundo da música.