Salem Ilese é uma das maiores promessas do pop internacional na atualidade. A cantora estourou no ano passado com seu hit viral "Mad At Disney", que tomou conta do TikTok. Apesar de sua pouca idade e carreira ainda em estágios iniciais, não se deve subestimar Salem. A americana chegou a cursar por alguns anos a renomada faculdade Berklee College Of Music, onde aprimorou seus dons como cantora e compositora.
Além da voz potente e um tanto singular, Salem tem como diferencial sua dedicação. A cantora se coloca em uma agenda rígida de sessões de composição, determinada a extrair de si o melhor trabalho possível. "Mad At Disney" foi apenas o primeiro fruto desse comprometimento, mas a carreira dela é muito promissora, atraindo olhares atentos da indústria musical.
Tivemos a chance de conversar com Salem sobre seu mais recente single "(L)only Child", faixa que também dá nome ao EP que a cantora lançará ainda esse ano, durante o período da primavera estadunidense (entre março e junho).
Entrevista
Você lançou recentemente seu single "(L)only Child", que tem uma melodia muito singular e bastante diferente dos seus trabalhos anteriores. Como surgiu essa música?
Essa música na verdade foi escrita há cerca de três anos atrás, como dever de casa de uma matéria que cursei na Berklee College of Music. Eu estudei lá por dois anos e era uma aula de composição, na qual fomos divididos em grupos para escrever uma música para um dos artistas do grupo, e eu era a artista da semana. Eu trouxe esse conceito e todos gostaram. Eu acho que ninguém do grupo era filho único além de mim (risos), mas eles aceitaram escrever comigo. Essa música na verdade passou pelo maior número de versões de todas que já fiz, acho que a reescrevemos quase 50 vezes. Existem muitas versões dela salvas em algum lugar no meu computador. Nós gravamos os vocais finais, eu e Bendik Møller - que também trabalhou em "Mad At Disney", "Coke and Mentos" e basicamente tudo que eu tenho lançado - em um estúdio da Berklee às 3:00 da manhã e continuamos trabalhando nela depois que nos mudamos para Los Angeles. É a única música lançada no momento na qual eu tenho crédito como produtora, então eu realmente dei meu máximo nela.
Nós amamos o conceito do clipe, no qual você interpreta sua própria colega de quarto. Isso foi uma alusão ao fato de você estar cantando sobre ser solitária na faixa? Como surgiu a ideia do vídeo?
Sim! Esse clipe foi definitivamente um difícil de criar o conceito, passou por vários estágios, inicialmente iríamos fazer algo com cachorros e depois com vários animais, até que eventualmente decidimos por isso, que era a metáfora mais legal - de que no final do dia eu sou minha própria melhor amiga, porque sou filha única e meio que me criei sozinha. Claro, eu sempre tive pais que me apoiaram incrivelmente, mas eu era a pessoa com quem eu mesma conversava no meu quarto e me divertia e fiquei muito animada com a ideia de retratar isso no vídeo. Então eu interpretei meus próprios clones, a que eu via como "Salem 1", a de cabelo solto, é com quem eu mais me identifico no dia a dia, um pouco mais ingênua. E a "Salem 2", é tipo a irmã mais velha ousada, que podia corromper a "Salem 1" um pouco, provavelmente a ajudaria a sair escondida uma noite e lhe daria sua primeira bebida, esse tipo de coisa. Mas no final do vídeo você percebe que era tudo a mesma pessoa e eu acordo e penso: "Quer saber? Estou feliz sozinha", tem essa aceitação no final.
Você tem uma forma muito sagaz de incluir elementos de cultura popular nas suas músicas, trazendo referências como a Disney, ou Coca-Cola e Mentos. Isso é algo que você busca fazer conscientemente, ou simplesmente acaba acontecendo?
Eu acho que acontece naturalmente. Eu nunca sento e penso deliberadamente: "Ok, qual marca eu devo citar?" (risos), mas é um dos meus estilos de escrita. Eu gosto de buscar inspirações do cotidiano e tento ser o mais honesta possível nas minhas letras.
Falando de "Mad At Disney", a música explodiu no TikTok! Você esperava essa repercussão quando terminou de compor a canção?
Definitivamente não. Essa foi provavelmente uma entre 300 músicas que eu escrevi naquele ano, eu escrevo praticamente todos os dias. Antes da quarentena, eu estava fazendo duas sessões de composição por dia, inclusive aos finais de semana, porque minha teoria era de que se eu me colocasse no máximo de salas possíveis, eventualmente sairia algo bom dali. "Mad At Disney" foi uma das minhas sessões favoritas, foi super divertida, mas nunca em um milhão de anos eu esperava que ela provocasse a reação que teve. Mas sou muito grata por isso, é difícil continuar com raiva da Disney depois disso tudo (risos).
Com isso tudo, seu público cresceu significativamente no último ano, mas ainda estamos em pandemia, então você não deve ter tido uma representação visual disso. O que você mais quer fazer quando retornarmos à normalidade?
Estou muito animada para viajar e abraçar as pessoas e conhecer os fãs apoiadores para agradecê-los pessoalmente. Como você estava dizendo, é difícil de acreditar, eu estou em quarentena no meu apartamento há mais de um ano e tenho assistido tudo isso acontecer online, mas minha vida efetivamente não mudou muito. Agora tenho a sorte de poder gravar clipes, fazer sessões de fotos e falar com pessoais incríveis como vocês o tempo todo, mas a ficha ainda não caiu, porque ainda não pude vivenciar tudo em primeira mão, então mal posso esperar!
Você é muito envolvida no seu processo de composição, o que não é necessariamente o caso para todo artista pop. O quão importante é para você participar de todos os seus projetos?
É extremamente importante, principalmente porque eu amo tanto isso, não há nada que eu ame mais do que cantar e escrever. Desde pequena, com 4 anos de idade eu cantava sobre meus bichos de pelúcia o tempo todo e é algo que eu nunca parei de fazer. É engraçado, meu namorado sabe que eu não estou de bom humor se eu não estiver cantando sobre tudo o que estou fazendo. Eu sempre estive cantando e compondo, então são coisas que andam de mãos dadas para mim.
Considerando que você é tão comprometida com a composição, existe alguma música de outro artista que você gosta tanto que queria ter escrito?
Ah, existem tantas... De cabeça, eu amo muito a música "Thank God" da Sasha Sloan. Eu amo o conceito da música, que é: graças a Deus existe um inferno. Eu acho isso muito legal, é o tipo de "sacada" de compositor que eu passo dia todo tentando ter.
E existe algum compositor com quem você gostaria de escrever?
Hm... Sim, várias pessoas! Uma delas sendo Brandon Flowers, da banda The Killers, minha banda favorita. Rock alternativo é um gênero para o qual eu não tenho a chance de escrever muito, principalmente porque eu não sou colocada em muitas sessões de rock, eu não sou exatamente conhecida como uma compositora de rock, o que faz sentido, considerando todo o meu catálogo (risos). Mas é algo que eu amo fazer e seria muito divertido colaborar com qualquer um nesse gênero, especialmente The Killers.
Você pretende lançar seu novo EP durante a primavera. O que pode nos contar sobre esse projeto, como é a sonoridade?
Eu estou muito animada para lançá-lo, acho que ainda não vazei nenhuma das músicas... Ok, talvez eu tenha vazado uma delas no TikTok. Mas eu estou muito orgulhosa do projeto, é com certeza a coisa mais honesta que vou lançar, eu tive a chance de colaborar com muitos amigos próximos nas composições, o Bendik obviamente participou de muitas das músicas e tem também novos colaboradores, de sessões que tenho participado ao longo do ano que passou. Uma das músicas foi fruto de uma chamada de vídeo, então fico feliz de ter persistido e continuado com as sessões virtuais todos os dias de quarentena, porque me rendeu uma música do EP. É definitivamente diferente de "Mad At Disney", então estou animada para todos ouvirem.
Então a tracklist será de músicas inéditas?
Sim! Com exceção de "(L)only Child", que é a faixa título, são todas inéditas.
Por fim, se você tivesse que apresentar seu trabalho para alguém que não te conhece, quais 3 músicas suas você indicaria?
Essa é uma ótima pergunta! Eu diria para ouvirem "(L)only Child", "Mad At Disney" e "Bad Word", que é uma das minhas músicas mais antigas.
Essa foi nossa conversa com a Salem. O EP da cantora promete entregar mais músicas excelentes para os fãs de pop!
Não deixem de ouvir "(L)only Child" e continuem nos acompanhando para ficar por dentro de tudo sobre música!