Cantora canta detalhes de seu mais novo projeto audiovisual. o Batucada da Ana Clara.
Sendo um dos gêneros musicais que mais representam a brasilidade, o samba é considerado um patrimônio imaterial da cultura do Brasil. A importância do ritmo veio sendo construída ao longo dos anos, na voz de grandes cantores que fizeram história no país, e para manter o gênero vivo e presente há, também, uma nova gerações de cantores de samba que vêm dando uma nova cara à cena - um desses nomes é Ana Clara.
Ana Clara já tem 13 anos de carreira. A catarinense tem um grande repertório original, com destaque para o EP "A Gente Sempre Ganha", que conta com participações de Atitude 67 e Alcione. Agora, 2m 2021, com as restrições da pandemia do COVID-19 mais leves, Ana Clara teve a chance de gravar seu mais novo material visual: o Batucada da Ana Clara. Este projeto foi dividido em duas partes, e é, basicamente, uma roda de samba entre amigos, onde a cantora apresenta os sucessos do seu repertório, bem como músicas inéditas, que, inclusive, contam com participações de peso, como Alexandre Pires, Turma do Pagode, Guga Nandes, Marvilla e mais. Nós conversamos com a Ana Clara sobre seu novo DVD, vem conferir nosso bate-papo com ela!
Entrevista
Bom, você já inicia esse finalzinho de ano bem animado com a "Batucada da Ana Clara"! O que pode nos contar sobre esse projeto?
Estou super feliz que esse DVD está saindo! Ele era pra ter sido gravado em março do ano passado, então é uma realização imensa poder tê-lo pronto. Estou na expectativa e super ansiosa (risos).
Pause é um dos destaques desse DVD, certo? Como essa música veio a acontecer e como foi trazer a Turma do Pagode para uma parceria?
A participação da Turma do Pagode não poderia ficar de fora do Batucada! Eles têm tudo a ver com esse projeto, e sempre tiveram presentes na minha vida como pagodeira. Nós também já cantamos juntos por diversas vezes, então aconteceu. A música "pause" tem muito cara do Batucada e muito cara da Turma do Pagode, ela é super chiclete e não poderia fazê-la com outras pessoas!
Além de todas as originais e inéditas que integram esse repertório, você ainda cantou clássicos pra esse DVD, como é o caso de "Apenas mais uma de amor". Como aconteceu essa escolha?
Eu curto muito Lulu Santos. Eu nunca havia gravado alguma música dele, nos meus trabalhos anteriores, mas o Lulu é um cantor e intérprete incrível, e merece ser enaltecido, então foi uma homenagem, além da música falar de amor, algo que sempre canto em minhas músicas.
Voltando nas parcerias, você tem participações de peso neste DVD. Ainda há algum artista que você quer muito cantar junto?
Da vida... é, com certeza, a Ivete Sangalo! Sou muito fã!
A indústria da música no geral é predominante ocupada por homens. Você acredita que o samba carece de representatividade feminina?
Eu canto profissionalmente há muitos anos, e já vivi tempos onde haviam pouquíssimas mulheres cantando samba e pagode. As referências que nós tínhamos eram mais as cantoras veteranas, que sempre foram - e continuam sendo - nossos medalhões, mas, hoje, vivemos um momento muito especial em nosso segmento. Há um movimento incrível, onde as mulheres estão chegando de uma forma muito respeitosa, bonita, corajosa e de uma forma que há alguns anos atrás eu não via. Cada uma de seu jeito, com a sua personalidade e particularidade, e elas acabam inspirando outras mulheres a fazer o mesmo. É um momento digno de muita felicidade! E esse movimento vai ser cada vez maior. Claro que ainda somos poucas em comparação à grande quantidade de homens no gênero, mas há um progresso muito grande e eu fico muito feliz de fazer parte disto!
Inclusive, falando de grandes nomes e referências femininas, você já dividiu os palcos com a Alcione, que é um ícone da música. Como foi essa experiência?
Além de ser uma mulher, figura e pessoa incrível, que sempre passou muita força pra gente, ela é uma cantora e intérprete maravilhosa. Poder dividir o palco com a Marrom foi um dos momentos mais incríveis e felizes da minha carreira, ela tem uma generosidade muito grande. Tê-la ao meu lado, alguém que significa tanto para o samba e para a música brasileira, foi um momento muito ímpar, foi muito especial.
Eu vi sua playlist de músicas favoritas no Spotify e achei bastante coisa interessante por lá! Ferrugem, Ivete, John Mayer. É bem diverso. O que mais você gosta de ouvir? E esses artistas, de diferentes gêneros te influenciam de alguma forma no seu som, ou você gosta de ficar sempre no seu samba mesmo?
Sim! Acho que todo e qualquer estilo de música influencia e acaba me dando referencias do que trazer pro meu som. Tudo o que a gente gosta, a gente tenta trazer pra gente, isso acaba acontecendo, sim - claro que do nosso jeito e individualidade, mas acontece.