ENTREVISTA: Bella Schneider conta delhates de "SER", seu novo EP

Cantora pernambucana demonstra forte identidade artística em novo EP 

Bella Schneider, cantora natural de Recife, voltou a lançar músicas inéditas no último dia 14, com a estreia do EP "SER". O trabalho sucede o disco "ELA", de 2020, e mostra um lado ainda mais cru e pessoal da cantora.

A musicalidade de Bella sempre foi muito aguçada. Além de participar do The Voice Brasil, em 2015, a cantora já integrou festivais na Europa, fez parcerias com DJ's internacionais, e lançou diversos materiais originais. Essa trajetória, sempre relacionada à música, foi essencial para desenvolver a identidade artística que Bella nos apresenta em "SER". 

O EP, que é formado por três faixas, é uma representação do passado, presente e futuro da artista. Sonoramente, o projeto soa mais acústico mas ainda mantendo a vertente pop rock, que é uma marca de Bella. É um material bastante pessoal, notado tanto nas letras - onde vemos, por exemplo, uma homenagem de Bella à sua avó, em "Sei Du Selbst"-, quanto na produção - a artista toca violão em duas das faixas, e também participou da produção do EP. 

Conversamos com Bella Schneider para conhecermos detalhes exclusivos de "SER", confira nosso bate-papo:

ENTREVISTA

Por que "James Dean" para abrir o EP?
A construção desse EP gira entre: passado, presente e futuro. "JAMES DEAN" representa o passado. A composição é a mais antiga do trio, foi criada em 2014 antes da minha participação no The Voice Brasil. Uma música forte, personificada pelo astro dos anos 50 no estilo blues-rock pela qual eu tenho um carinho imenso. Senti que era a hora dessa canção ganhar o mundo.

Sobre a recriação de "WILD/SELVA" , faixa que esteve em seu álbum de estreia "ELA" (2020), o que te levou a convidar a musicista Lígia Fernandes para participar da nova versão? 
Considero importante ter uma musicista que tenha harmonia com o estilo que escolho pra cada instrumento, assim como a cara que quero dar a uma música. Lígia, é grande guitarrista Recifense, sempre me chamou atenção com sua maneira de tocar o violão. Para essa música eu queria alguém que eu confiasse, tivesse conexão e um estilo mais hispânico, algo caliente, sempre mantendo o violão de aço como conexão estilística contida em todas as minhas obras. Além disso, nós temos um ótimo sync e outros projetos juntas, o que facilitou a releitura de "WILD/SELVA", que fluiu naturalmente e eu nem consigo dizer qual versão eu curto mais.

A capa do EP está belíssima! Como foi a escolha para ilustrar o projeto? 
Todo o processo criativo ficou por conta do diretor criativo e geral Tiago Selva, que desenvolveu a concepção da capa, do título em transparência e idealizou inclusive a minha mudança de visual para cabelo curto e platinado. Sou muito grata a minha agência de comunicação - Selva Creative Design, assim como ao Tiago, que cria todos os conceitos da minha carreira desde o álbum ELA. Todos os detalhes são pensados para representar a marca Bella Schneider mantendo uma identidade consistente. A foto da capa foi capturada pelo fotógrafo Verner Brenan, direcionada e escolhida a dedo pelo Tiago. Haviam 2 outras possibilidades, no entanto não tivemos dúvida quando o Tiago mostrou o primeiro rascunho da arte para estampar o EP. O título contém a sinceridade do material, o fundo em vermelho traz força, e o olhar de frente mostra o contato direto com o ouvinte. Eu amo essa capa!

O EP tem como base o violão. Você poderia contar um pouco sobre a sua história com esse instrumento? 
O violão se tornou meu instrumento amigo desde quando aprendi a tocá-lo de maneira autodidata. Ele é minha cia e me inspira para criar novas composições. Na pandemia deixei a viola de lado. Mas Tiago Selva, sempre me motivou a criar um material acústico e me mostrar mais crua e objetiva! Comprei a ideia e tou super feliz com o resultado.

"SER" é um projeto acústico, mais "cru", despido de véus e filtros, ou seja, um EP que vai contra o que atualmente encontramos nas redes sociais, por exemplo. Você tem noção da importância que é reafirmar sua arte e essência e que isso te torna uma artista especial? 
É muito legal ouvir esse feedback de vocês. E sim, tenho consciência da responsabilidade artística assim como cultural que todos nós artistas devemos ter. Como Pernambucana e Alemã, a arte sempre fez parte de mim, mas nunca foi algo fácil. É poético, porém não é nada prático. Estou completando 13 anos de carreira, e sempre busco evoluir cada dia mais. Amo trabalhar com música, amo passar isso adiante. E compreendo as mudanças frenéticas do mercado, mas também busco ter a saúde mental para poder criar algo novo para meu público sem me desvincular da minha essência e de quem sou!

Qual das três canções teve o processo de composição mais demorado? E por que isso aconteceu? 
"WILD/SELVA”, pois eu compus trechos no início do meu romance com meu muso, Tiago Selva, mas repensei as letras inúmeras vezes na época com o produtor musical Diego Marx para ter o melhor efeito em um nicho maior de ouvintes. Desde experts do business até o público. Eu queria uma composição rica, intensa e sensual, que tivesse o potencial de inúmeras roupagens ou quem sabe, até virar hit.

Poderia descrever o EP em três palavras? 

Seja você mesmo.